segunda-feira, 13 de outubro de 2008

Partilha das dificuldades e do esforço para realizar um bom trabalho

"Desde o início da Iniciativa Novas Oportunidades que fui (e até prova em contrário) serei, um acérrimo defensor dos Cursos de Educação e Formação de Adultos. Muito mais do que o processo RVCC estes percursos de formação podem, efectivamente, valorizar aprendizagens e mobilizar novas e antigas competências individuais.

Mas tenho acompanhado várias equipas de mediadores e formadores e tenho que levantar a minha voz para alguns erros que foram cometidos e que (alguns estão a ser remediados pela boa vontade de todos os envolvidos) podem por em causa a qualidade final dos cursos. Destaco os 4 erros que considero estarem a ser cometidos:

  • O maior de todos os erros é a não implementação da chamada “co-docência”. Tive a experiência de ter dado formação em cursos EFA de nível secundário em co-docência e sei qual é a vantagem de ter um/uma colega na sala em trabalho coordenado. O tempo de atenção aos formandos e a mobilização de saberes ocorre de forma muito mais rica, individual e potenciadora de gerar efectivas competências em contexto de aprendizagem.
  • A ausência de formação às equipas. Quer os mediadores, quer os formadores (sendo de destacar o esforço que algumas Direcções Regionais fizeram recentemente para dar formação) não tiveram preparação prévia para uma nova metodologia de trabalho, de ensino e de cooperação com diversas entidades internas e externas à escola. Vai valendo o profissionalismo, dedicação e capacidade de reflexão individual e colectiva de muitos docentes.
  • A relação entre as equipas dos CNO e dos cursos EFA parecem, por vezes, demasiadamente separadas. Se ambos trabalham os mesmos instrumentos, se ambos transferem entre si formandos/adultos para conclusão, aperfeiçoamento e/ou integração porque não criam redes e recursos de comunicação formal? Porque não começam já a preparar esse terreno antes que chegue o momento e não encontrem uma solução rápida que não deixe o público-alvo sem resposta?
  • Muitos Centros Novas Oportunidades “acordaram” tarde para a existência da relação entre EFA e RVCC. É agora altura das entidades reguladoras do processo dar formação e produzirem alguma informação para orientar metodologicamente essa relação.

Este alerta é também (e dever ser também) um reconhecimento do trabalho que as equipas já fizeram até aqui. Com as dificuldades de começar um novo projecto a nível nacional, com a massificação e procura por parte dos formandos destas soluções, estas equipas dos cursos EFA têm procurado, com profissionalismo e rigor, dar resposta ao que lhes foi pedido.

Os cursos EFA são uma das efectivas estratégias de qualificação dos recursos humanos. É altura de acreditar, melhorar, dinamizar e levar a bom porto uma resposta a aqueles que regressam à escola depois de muito tempo desta afastados ou para concluírem os seus estudos que tenha a qualidade, o reconhecimento e o valor que todos desejamos."

Retirado de: http://rvccno.blogspot.com/

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